sexta-feira, 15 de abril de 2016

O melancólico setor ofensivo do Internacional


Não há nada pior do que um time que joga por abdicar do momento culminante do futebol. Lembro-me que Carlos Alberto Parreira é o autor, ou não, da famosa frase: "O gol é só um detalhe". (Disse "ou não", na frase anterior, porque, como sabemos, Parreira plagiou textos de um autor inglês para difundir "seu" pensamento futebolístico. Sendo assim, tudo que vem de sua boca, está, para mim, fadado à desconfiança.) Mas, voltando ao ataque do Internacional, o que sinto, diante do que vejo, é mesmo um profundo sentimento de melancolia. Como sentir outra coisa diante do quarteto que nos é apresentado? São jogadores jovens, ainda, é verdade. Talvez até promissores. Porém, insisto: não estão qualificados para a titularidade, com exceção de Mortinho, quando inspirado. Sendo assim, parece-me que passaremos por mais um Campeonato com a síndrome do compasso de espera. O time não será agudo. Ao contrário, jogará na espera do erro adversário, pois não conta com um "matador", com alguém que tenha a alma de um Dario, Flávio Minuano ou Bira Burro. No atual contexto, até um Scocco me serviria, Rentería seria rei e Oséias majestade...

 


Nylon - Surgiu por geração espontânea no território gaúcho, com nome umbilicalmente ligado ao métier principal do jôgo, qual seja, o de ser composto da mesma matéria de que é feito, hoje, o barbante de outrora. O nylon, que se estufa à marcação de um gôlo, é a matéria que compõe as redes das cidadelas ludopédicas e o primeiro nome de nosso craque. Nessa toada, nosso center-forward foi bem e predestinadamente batizado. Resta apenas afeiçoar-se mais a converter gôlos, a fim de integrar-se cada vez mais à matéria-irmã que lhe deu forma, buscando a pelota junto a ela em todos os jogos. Caso consiga atingir a média de um gôlo por jôgo, subirá no conceito do torcedor colorado e passará, além disso, de guri a homem.

 


Bruno Baio - Como o nome indica, é mitologicamente atrelado a uma raça equina e nobre, seja pela altura, seja pela tonalidade da pele. Futebolisticamente, contudo, ainda está em fase de maturação, sendo preciso, portanto, ao torcedor, o cultivo da paciência. Vem sendo muito pouco aproveitado e, ao que parece, é visto como uma espécie de salvador da pátria que só entra em campo quando já atingimos o estado de chuveirinho eterno. Pela inépcia dos laterais, tem, portanto, ficado à míngua e, salvo engano, ainda não marcou com a camisa colorada.




Sasha - É a epítome da mediania. Tem altura média e joga um futebol médio. O fato de vestir a camisa 9 parece-me ser indicativo de maldade da Direção ou do treinador, pois a história de tal camisa no clube é por demais pesada para um jovem como Sasha. Contudo, o que de fato mais incomoda é sua estatura, de todo incompatível com a mítica que acompanha o número. Inevitável não lembrar, neste momento, de Fernandão. Sasha, enfim, deveria escolher jogar com o 19 ou coisa que o valha.

 


Mortinho - Quando está a fim de jôgo, é um jogador promissor. Conta com um belo chute de média distância, mas ainda necessita aprender a não transformar em tiro livre ao gôlo bolas que possam ser passadas a colegas mais bem colocados. De fato, não lhe fica mal a Camisa 11, sendo apenas necessário ao clube encontrar um 9 que lhe sirva de companhia ou referência. Precisa abandonar o pagode e comer mais churrascos na região da Campanha, para, com isso, melhor adaptar-se à sede do clube que lhe paga os salários. Além disso, não precisa sorrir desse jeito matreiro ao posar para fotografias institucionais.

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