terça-feira, 29 de novembro de 2016

Luto - Chapecoense

Estou de luto, em razão da tragédia hoje ocorrida com o avião que levava os jogadores da Chapecoense.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Acordei-me em queda



Primeiramente, é de se destacar o compulsório uso do pronome posposto ao verbo no título deste pôsto. É claro que os ignorantes acham que o pronome não faz diferença, mas somente o acham porque são o que são: ignorantes.

Segundamente, como diria Odorico, e já involuntariamente remetendo pelo advérbio à provável divisão em que nos encontraremos em 2017, acordar-se com a sensação de que há algo de novo no ar nem sempre é alvissareiro, ainda mais quando o novo é tredo.

Sim, a traição perpetrada pelas escolhas de uns poucos homens que comandam o Internacional consagrou-se ontem por meio da farsa de um gôlo roubado, é verdade, mas nem por isso imerecido. A equipe vermelha jogou como se vestisse rosa, comportou-se como um cão sem dentes, só rabo entre as pernas, e, mais uma vez, perdeu, como costumeiramente fez neste Brasileiro.

É triste ver a moçada e a massa torcedora, nem sempre jovem, sofrerem como se não houvesse vida no pós-Internacional. Ainda que não concretizado o rebaixamento, parece ser ele inevitável, e nem mesmo o mais astuto dos técnicos poderá, em sã consciência, obter dois resultados positivos em dois jogos quando se trata do Internacional de hoje. Se há esperanças, são menores do que pensamos.

Mas não esmoreçamos. Como disse, as escolhas foram feitas por alguns poucos asnos, convictos de suas certezas burras para sempre, como sói acontecer aos asnos. Quem conhece a vida não age sem estar aberto à mudança e à dúvida.

Perspectivamente, creio que muito do trabalho dos blôgos colorados restará pausado. De minha parte, o silêncio em 2017, tomara que não em 2018, parece-me ser a atitude mais acertada. Deixemos a fala para quem nunca teve nada a dizer.

Deouvidosmoucamente,
Dom Ciffero

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Fora Cocôrinthians! Dá-lhe Cocôritiba! Viva o Cocôlorado!

Neste último sopro, escatológico, de vida, somente o humor de Ciffero de Parvalho pode nos salvar!

Não creio em milagres, mas pode ser que, em um surto de loucura, o novo técnico da esquadra alvi-rubra consiga fazer o time do Internacional jogar, também em surto.

A vitória hoje, aliada a mais uma vitória contra o Cruzeiro no Beira-Rio, e a uma vitória do Coritiba sobre o Derrota-BA, poderá trazer-nos de volta à luz, direto das trevas em que estamos jogados desde que nossos diretores resolveram acreditar em seres desprovidos de inteligência ludopédica.

Temos, portanto, de torcer para o imponderável time do Internacional, sempre, e para uma vitória do Coritiba na próxima rodada.

Acreditemos, irmãos! Hoje estarei fardado com o vermelho da camisa do Internacional diante de meu velho Telefunken e ao som de Never say die!

 Caixadepandoramente,
 Dom Ciffero

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Ponte (preta) para o futuro



Aproxima-se o dia 17/11, momento no qual enfrentaremos o time menos vencedor do Brasil, ou de Campinas. Sim, para quem não sabe, a Ponte Preta jamais venceu campeonato algum, ao passo que o Guarani já foi até campeão brasileiro, em 1978.

Há maus agouros no ar, todos dizem, e isso é ruim, mas pauto-me pela razão, e não por predições, e o saldo é igualmente mau. Explico: um áugure poderia vir aqui dizer que, pelo fato de estarmos prestes a enfrentar o menos vencedor dos times brasileiros, a Ponte Preta, estaríamos como que "atraindo" para nós o espírito da derrota, rumo, nas atuais circunstâncias, ao rebaixamento. Isso é ver as coisas pontualmente demais, descoladas de sua história...

Minha visão, contrariamente a esse caráter pontual, é eminentemente racional, e o é desde sempre, como se pode ver, por exemplo, no pôsto do início deste ano em que comparei o Internacional ao Figueirense. Depois, insisti eu a meus amigos que o Internacional deveria ser chamado de Figueirense-RS, mas fui solenemente ignorado, em nome, creio eu, de um coloradismo radical ou de uma carência de antevisão deles, antevisão com a qual, ao contrário, fui abençoado.

Percebam que não só estava eu certo em meu prognóstico, mas também os fatos acabaram por colocar na tabela, grudados um no outro, os três times treinados por Argel Fucks and Fucks (Vitória, Internacional e Figueirense), os quais só não serão rebaixados em conjunto porque há Américas e Santa Cruzes...

Na condição de torcedor, é claro que gostaria de ver o Internacional sobreviver aos mandos e desmandos de Piffero et caterva. Porém, como ser racional que pensa com razoável profundidade o mundo ao seu redor, tenho a impressão que o destino ludopédico do outrora Clube do Povo é mesmo a ponte preta para o futuro. Assim como é o destino de quem trabalha em um país governado por economistas geniais e por financistas altruístas, agora sob a batuta externa de um tramposo.

Depois de viver meio século, não é digno de um homem, no bom e antigo sentido do termo, espantar-se com baboseiras de homúnculos.  Há muitos deles por aí e, para mim, todos passam e eu fico. Somente eu sou essencial a mim mesmo, se é que me entendem...

Por isso, dizia eu, não me espanto com as asneiras alheias nos blôgos em que atuei: quando Ciffero de Parvalho surgiu, o intuito era justamente o de purgar a arrogância e a prepotência de dois de nossos presidentes, hoje mais vivos do que nunca nas dependências do clube, ainda que estejam em seus estertores. Dom Ciffero foi muitas vezes mal compreendido, em geral acusado de "fake" por seus detratores quando estes não tinham argumentos para o debate. Ora, mas quanta verdade saía da boca de Ciffero e quanta mentira, quanta falsidade sob a forma de logorréia acéfala vinha da boca de seus desafetos! Diante disso, qualquer julgador isento daria ouvidos à voz sábia de Dom Ciffero, que, cumpre ressaltar, hoje apenas espera o momento certo para desintegrar-se, juntamente com a derrocada de Vitorio e Fernando...

Não há mais sentido na ironia dispensada aos dois "gênios" do futebol colorado. Eles próprios liqüefizeram-se, mostraram seus limites de jecas provincianos, transformaram-se em dejeto líquido, transmutaram, enfim, o Clube do Povo na água barrenta e pútrida do Guaíba.

Desencarnadamente,
Ciffero de Parvalho

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Ode aos asnos



Que os asnos pululam pelo País e, extensivamente, pela blogosfera colorada, todos sabemos.

Asnos de cabeça exata, centrados em números, levam sua condição de asno ao paroxismo, apesar da instrução formal recebida: costumam acreditar no fetiche quantitativo de estimativas e, não raro, quebram a cara, como no caso da recentíssima eleição de Trump. Ainda assim, preferem o fetiche dos números ao bom senso. Ora, se os números são assim tão precisos, como pode o erro não ter sido detectado?

É claro que o pensamento tacanho logo virá dizer que as pesquisas norte-americanas estavam todas contaminadas pelo interesse político contrário a Trump. Esse argumento é desonesto por princípio, já que os mesmos pensadores tacanhos, os ingênuos que levam Olavo de Carvalho ao pé da letra, sempre fazem uso de qualquer fato ocorrido no além-México como modelo e epítome do que há de mais nobre sobre a Terra. Por que não o fazem agora? Por que não louvam os números das pesquisas da pátria amada americana?

O, digamos, "discurso numérico", é dizer, a crença mítica e obtusa na quantificação, e não na qualidade, é que logo descamba para a lógica da "engenheirização" do mundo, para a crença de que o ensino secundário, por exemplo, deve ser eminentemente técnico e de que todos devem ser preparados para o mercado de trabalho, esse lugar tão belo, tão humano e isento de exploração do homem pelo homem. Pensar intransitivamente, para os asnos, é secundário, ato de vagabundo, no mau sentido do termo.

Nesse contexto, é claro, os epígonos do pensamento técnico contam e muito com o apoio da turba sofredora, ou seja, dos trabalhadores honestos carentes de pensamento refinado, é dizer, dos humanos reduzidos a gado pelas maravilhas do sistemão. O sujeito nasce pobre e ascende pelo seu próprio esforço, pelo trabalho braçal e sem muito esforço intelectual além daquele necessário a saber fazer um bom negócio. Como exigir desse sujeito, senão com o auxílio da filosofia, algo diferente de pensar que todos devem fazer o mesmo que ele, se ele mesmo não tem ferramentas intelectuais para pensar o outro além de seu curto horizonte de expectativas?

É por isso que as Ciências Humanas não penetram a mente da horda. Eles estão completamente cegos e conformados em ser e agir conforme a lógica da mais estrita alienação, sem saber, é claro, que vivem alienados.

Em resumo, o pensamento técnico é muito bom para a construção de pontes e edifícios, mas, para os destinos da humanidade, é apenas uma seta rumo à robotização acéfala. Enquanto um deus humano, como Dom Ciffero, não estiver com os poderes na mão, não haverá salvação. Acreditai.

Aleluiamente,
Dom Ciffero