segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Ponte (preta) para o futuro



Aproxima-se o dia 17/11, momento no qual enfrentaremos o time menos vencedor do Brasil, ou de Campinas. Sim, para quem não sabe, a Ponte Preta jamais venceu campeonato algum, ao passo que o Guarani já foi até campeão brasileiro, em 1978.

Há maus agouros no ar, todos dizem, e isso é ruim, mas pauto-me pela razão, e não por predições, e o saldo é igualmente mau. Explico: um áugure poderia vir aqui dizer que, pelo fato de estarmos prestes a enfrentar o menos vencedor dos times brasileiros, a Ponte Preta, estaríamos como que "atraindo" para nós o espírito da derrota, rumo, nas atuais circunstâncias, ao rebaixamento. Isso é ver as coisas pontualmente demais, descoladas de sua história...

Minha visão, contrariamente a esse caráter pontual, é eminentemente racional, e o é desde sempre, como se pode ver, por exemplo, no pôsto do início deste ano em que comparei o Internacional ao Figueirense. Depois, insisti eu a meus amigos que o Internacional deveria ser chamado de Figueirense-RS, mas fui solenemente ignorado, em nome, creio eu, de um coloradismo radical ou de uma carência de antevisão deles, antevisão com a qual, ao contrário, fui abençoado.

Percebam que não só estava eu certo em meu prognóstico, mas também os fatos acabaram por colocar na tabela, grudados um no outro, os três times treinados por Argel Fucks and Fucks (Vitória, Internacional e Figueirense), os quais só não serão rebaixados em conjunto porque há Américas e Santa Cruzes...

Na condição de torcedor, é claro que gostaria de ver o Internacional sobreviver aos mandos e desmandos de Piffero et caterva. Porém, como ser racional que pensa com razoável profundidade o mundo ao seu redor, tenho a impressão que o destino ludopédico do outrora Clube do Povo é mesmo a ponte preta para o futuro. Assim como é o destino de quem trabalha em um país governado por economistas geniais e por financistas altruístas, agora sob a batuta externa de um tramposo.

Depois de viver meio século, não é digno de um homem, no bom e antigo sentido do termo, espantar-se com baboseiras de homúnculos.  Há muitos deles por aí e, para mim, todos passam e eu fico. Somente eu sou essencial a mim mesmo, se é que me entendem...

Por isso, dizia eu, não me espanto com as asneiras alheias nos blôgos em que atuei: quando Ciffero de Parvalho surgiu, o intuito era justamente o de purgar a arrogância e a prepotência de dois de nossos presidentes, hoje mais vivos do que nunca nas dependências do clube, ainda que estejam em seus estertores. Dom Ciffero foi muitas vezes mal compreendido, em geral acusado de "fake" por seus detratores quando estes não tinham argumentos para o debate. Ora, mas quanta verdade saía da boca de Ciffero e quanta mentira, quanta falsidade sob a forma de logorréia acéfala vinha da boca de seus desafetos! Diante disso, qualquer julgador isento daria ouvidos à voz sábia de Dom Ciffero, que, cumpre ressaltar, hoje apenas espera o momento certo para desintegrar-se, juntamente com a derrocada de Vitorio e Fernando...

Não há mais sentido na ironia dispensada aos dois "gênios" do futebol colorado. Eles próprios liqüefizeram-se, mostraram seus limites de jecas provincianos, transformaram-se em dejeto líquido, transmutaram, enfim, o Clube do Povo na água barrenta e pútrida do Guaíba.

Desencarnadamente,
Ciffero de Parvalho

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