domingo, 2 de outubro de 2016

Rescaldo do jôgo: Figueirense-RS 1 x 0 Figueirense-SC (1º/10/2016)


Eis que exsurge a mim a oportunidade de escrever, em dia de eleição, sobre o embate de ontem no Beira-Lagoa da Conceição entre as duas maiores forças do futebol ofensivo do Sul.

"Animicamente", como repetem a cada cinco segundos os próceres da Revolução Colorada, o time, dizem, apresentou-se muito bem. Ora, mas de que ânimo, ou alma, falam esses gênios de hoje, quando o que mais se vê em campo é um time ruim até a medula e com alma de cusco cagão?

Não vi em campo senão o tradicional amontoado argélico-rothiano, em que nenhum jogador se destaca, tanto fazendo que a pelota esteja com "a" ou "b", exceção talvez feita a Seijas. Os demais jogadores equivalem-se pelo que há de pior no futebol mundial, sendo a covardia, como disse eu próprio ontem aqui, o principal mote de quem não sabe o que fazer com o objeto esférico que percorre os gramados em busca das redes.

No Internacional-Figueirense de hoje simplesmente não há busca das redes. A bola passa da defesa ao ataque diretamente, como sempre. Os volantes são absolutamente ridículos. Até mesmo o execrado Williams fazia muito mais, sozinho, do que os dois homens de hoje, que são medonhos futebolisticamente e medrosos psicologicamente. Sobrou para Alex e Seijas a função de articular o jôgo, mas sem um elemento obsoleto na lógica rothiana, a bola. No futebol de DerRoth, a bola não existe. Alex já não tem mais o vigor de outrora e, inclusive, hoje tropeça no balão número cinco, como faz, diga-se en passant, o perna-de-pau Valdívia, a.k.a. "Genérico", há dois anos no Internacional. Seijas, ainda iludido pela mística de estar em um grande clube brasileiro, consegue aqui e ali demonstrar fulgores brandos de um futebol razoável. Mas é pouco. Uma só andorinha não faz verão. 

"Mortinho" (copyright Dom Ciffero, como aliás o são os termos "Errando", "Baulão", "Muçulmano", "Bobo", "Genérico", "Nabinho", "Nylon", "Vampiro" etc., imitados a rodo pelos blôgos cocôlorados) ontem apresentou um pouco de vontade e, surpresa, foi abraçar DerRoth, como se lhe agradecesse a oportunidade de jogar depois de uns oito meses encostado. Porém, um gôlo é pouco para a redenção. A morte é certa, Mortinho.

Não me encanta o show de luzes de celulares. Sou do tempo em que o brilho vinha dos isqueiros. Essa tentativa de aliciar a alma dos torcedores pela instigação de uma luta pela história do clube é um embuste. O futebol jogado é mesmo de segunda divisão e somente um Deus bem-humorado, um semelhante meu, enfim, poderá salvar o clube da derrota final. Contentem-se. É o abraço de Argel e de DerRoth ao povo colorado rumo a uma eterna Santa Catarina do balípodo oco. É pau, é pedra, é o fim do caminho.

Tomjobimmente*,
Dom Ciffero

* O fechamento do texto com um advérbio de modo terminado em "mente" é outro recurso criado e divulgado por Dom Ciffero e amplamente copiado na blogosfera colorada... Se fosse receber pelos direitos de suas criações, Dom Ciffero estaria (ainda mais) rico.
Somente Dom Ciffero sabe ser Odorico.

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